sexta-feira, 18 de outubro de 2013

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"Todos os apreendidos foram liberados”



     A frase acima que ouvimos todos os dias, na TV e rádio, e também nos jornais, em letras cada vez menores, face a repetição da notícia, explicam perfeitamente o porque da continuação desses atos de vandalismo.
    Sociólogos, antropólogos, cientistas políticos procuram explicar com argumentos prolixos, intrincados, numa verborragia interminável as razões desses comportamentos.
     No entanto a explicação parece bem óbvia. Vândalos que depredam patrimônio público e privado, agridem agentes da lei, sabem que estão cobertos pelo manto da impunidade.
     Horas após serem soltos, voltam a cometer os mesmos delitos, sem que as autoridades competentes coíbam com energia esse tipo de comportamento
    Essa omissão das autoridades tem levado depredadores a sentirem-se cada vez mais inatingíveis pela lei.
    O Estado tem falhado na preservação da ordem púbica e na proteção do patrimônio público e privado.
   Poucos manifestantes de maneira truculenta interrompem BRs e invadem instituições públicas causando grandes prejuízos a população, com a complacência das autoridades policiais.
   Políticos com a obrigação de manter o estado de direito, mostram-se reticentes e temerosos de agirem com maior firmeza, parece que ainda atrelados a antigas ideologias, hoje sepultadas, farão com que esta situação se postergue indefinidamente.
   Qualquer pessoa medianamente inteligente é capaz de distinguir com clareza uma manifestação democrática, legítima, sob o abrigo da lei, da atuação de vândalos oportunistas que, protegidos por máscaras, cometem todo o tipo de desatinos.
     Como sempre os maiores sofrimentos recaem sobre as pessoas de bem.
     Quando as autoridades competentes finalmente darão um basta a esta situação?



sábado, 10 de agosto de 2013

         Andando para trás


           Julgadores, julgados e a maior parte dos cento e noventa milhões de brasileiros, sabiam exatamente  que aconteceria aos políticos e outros envolvidos no chamado mensalão - absolutamente nada!
          O que se viu durante o julgamento foi principalmente uma disputa de erudição jurídica, cada um querendo ser mais brilhante que o outro, e alguns realmente o são, todos mais preocupados com a forma do que, com o conteúdo.
          Todos sabemos que os políticos brasileiros a muito desmoralizaram dois axiomas muito repetidos no Brasil - de que o crime não compensa e que todos são iguais perante a lei.
          Os condenados detentores de mandatos  continuam a percorrer sorridentes os corredores da câmara, abraçando e apertando a mão de colegas e correligionários , alguns na verdade cúmplices, comportamento de que parece nunca se cansam.
          Os sem mandatos continuam a viver como se nada tivesse acontecido, provavelmente articulando novos assaltos ao erário público.
          O presidente do STJ, Ministro Joaquim Barbosa, incensado pela mídia e com a aprovação  da maioria do povo brasileiro, travestiu-se  de salvador da pátria.
          Com comportamento quixotesco, muitas vezes parecia perder o foco do que estava sendo julgado, externando opiniões difusas, que chegavam as raias do absurdo, incompatíveis com o cargo que ocupa.
           A única coisa que ficou bem clara nesse julgamento, é que o Brasil precisa fazer profundas mudanças estruturais nos três poderes da república.
           Vejamos o poder judiciário, protagonista desse evento, que sempre se ressentiu, conforme seus órgãos de classe, de melhor estruturação física, de pessoal e equipamentos.
           No entanto a maioria dos seus membros sentem-se a vontade para pedir benefícios, como férias de sessenta dias e aumento dos períodos de recesso, o que causaria maior lentidão num poder tão criticado por ser extremamente moroso.
           Imaginemos se o poder judiciário em uníssono, como uma só voz e se propondo dar o necessário suporte técnico, cobrassem do legislativo para que aprovassem leis enxutas, ágeis, claras, com o mesmo empenho e denodo que defendem aumento de salários e regalias.
           Certamente os brasileiros não precisariam conviver com esse contínuo sentimento de frustração, causados pela impunidade, palavra que de tão repetida parece ter perdido o sentido.
           Episódios como esse, apesar de toda carga de frustração que ele carrega, nos trazem uma tênue esperança que com a grande repercussão desse julgamento, comecem a ocorrer as necessárias mudanças.